O doente Belladonna é alegre, vivo, excitado,
quando a sua saúde está no auge. No entanto, quando afetado por um qualquer
padecimento fica abatido, prostrado.
A prostração surge de forma inusitada, bruscamente,
com estupor.
Tem alucinações, vê monstros, caras horrendas, fantasmas,
insetos, cães, lobos, animais negros.
Tem muito medo de coisas imaginárias, desejando fugir delas.
Pode existir uma tendência ao suicídio por afogamento.
Ansioso, deseja fugir, ir para qualquer lugar. Não está bem
na cama, quer sair, fugir, ir para outro lado.
Apresenta por vezes um delírio de intensa violência.
Enfurece-se, quer arrancar as suas roupas e tenta morder e bater nos que o
cercam. Acessos de riso, ranger de dentes. Transforma-se num selvagem.
Fala muito, mas de forma algo incompreensível. Quando lhe
fazem perguntas responde de modo incoerente.
Os seus sintomas são extremamente violentos e melhoram, quer
pelo sono quer pelo repouso.
Tem uma imensa aversão aos líquidos, podendo a simples visão
da água torná-lo furioso.
Quer dormir e não consegue. Está exausto, cheio de sono, mas
não consegue adormecer.
Tem sonhos angustiantes. Pesadelos.
Os seus músculos têm contrações no momento de adormecer e
durante o sono.
Acorda sobressaltado.
Os membros apresentam movimentos convulsivos, tais como
contrações musculares.
Os seus sentidos são hipersensíveis e facilmente excitáveis.
É sensível ao barulho, ao ruído, à luz e ao toque.
As dores aparecem e duram um tempo indeterminado, de forma
brusca e desaparecem do mesmo modo. Em regra, as crises dolorosas são de curta
duração e intermitentes e são acompanhadas de rubor do rosto e dos olhos.
Padece de cefaleia. A dor é aguda, lancinante, pulsante,
apresentando batimentos no cérebro e nas carótidas, agravando ao menor ruído,
luz e movimento e melhora pela pressão, agasalhando-se e durante a menstruação.
Hipersensibilidade do couro cabeludo.
Sente a cabeça pesada, enorme como se estivesse aumentando
de volume, muito quente. O rosto está congestionado, afogueado, avermelhado e
os olhos injetados. No seu desespero, atira-a para trás tentando enfiá-la na
almofada. Chega mesmo a abaná-la, gritando.
Convulsões de aparecimento súbito quando do nascimento dos
dentes, com febre, cabeça quente e pés frios.
Os olhos estão vermelhos, congestionados, as pupilas
dilatadas e fixas.
O olhar é rude, feroz.
Não suporta a luminosidade e tem ilusões de óptica.
Vê estrelinhas incandescentes.
A língua está inchada, vermelha, brilhante, treme e tem
dificuldade em sair da boca. A cor é parecida com a da framboesa. As papilas
estão salientes.
O lábio superior está inchado e avermelhado.
As mucosas da boca estão secas.
A faringe está seca, inchada e inflamada, com especial
incidência na sua parte direita.
Tem bastante sede, desejando beber pequenas quantidades de
água fria, mas engole dificilmente e com dor, que irradia para o ouvido,
especialmente o direito. Sensação de bola na garganta.
O abdómen, quente, está distendido e é sensível.
Inflamação do cólon transverso com dores violentas.
Resfria-se constantemente. É sensível às correntes de ar
sobretudo quando tem a cabeça descoberta ou quando sai para a rua depois de a
ter secado.
O vento frio provoca-lhe inflamação das amígdalas.
Hemorragias pelo nariz, principalmente à noite.
Tem uma apurada sensibilidade aos odores não suportando o
cheiro do fumo.
A laringe está seca. Rouquidão que faz doer e que aparece em
regra depois de ter gritado. Tem necessidade de engolir em seco para aliviar.
Tosse seca, dolorosa, que agrava à tarde e à noite, antes da
meia-noite.
O pulso é cheio, duro, globuloso, como se grãos de chumbo
batessem sob os dedos.
As regras muito abundantes de sangue quente, vermelho vivo
ou misturado com coágulos negros e de mau odor, vêm adiantadas.
Tem dores que surgem bruscamente, exercendo pressão, de tal
modo que a paciente tem a sensação de que os órgãos contidos no abdômen vão
sair pela vulva e que agravam pela manhã e ao andar e melhoram sentada.
Dores picantes e inchaço do ovário direito, que surgem
bruscamente e desaparecem do mesmo modo.
Seios avermelhados e quentes, inchados, pesados, duros.
Inflamações locais variadas, avermelhadas, brilhantes, com
calor e tumefacção súbita. O calor da pele comunica uma sensação de queimadura
à mão que a examina.
Diz-se que é o primeiro remédio do estado inflamatório de
qualquer parte do corpo.
AGRAVAÇÃO: ao meio dia; depois das 15 horas; às 11 horas da
noite; depois da meia-noite, mas não o dia todo; pela corrente de ar; pelo
toque e o menor choque; pelo movimento; pelas aplicações frias; pela luz brilhante;
ao olhar objetos brilhantes; ao beber; estando deitado sobre o lado afetado,
com a cabeça descoberta; pelo Sol de Verão.
MELHORA: pelo repouso; num quarto quente; em pé ou estando
sentado; virando-se para trás.